Papagaio Crassus – Poicephalus crassus
Poicephalus crassus (Sharpe 1884)
Inglês: Niam-Niam Parrot
Alemão: Niam-Niam-Papagei
Português: Papagaio Crassus
Distribuição: África central no leste de Camarões, República Central Africana e no sudoeste do Sudão.
Descrição: Sua plumagem geral é verde. A cabeça e a nuca são cinza acastanhadas, com nuances de verde amarelado, as penas da região dos ouvidos são cinza claras, a garganta e o peito são marrons esverdeados, as penas das costas são castanhas com um bordo verde e largo, a região coberta pelas asas é verde, a parte externa das asas é verde azulada, as penas do rabo são marrons esverdeadas com as pontas verdes, o círculo ao redor dos olhos é preto, a parte de cima do bico é mais claro e azul acinzentado com a ponta preta, a de baixo é cinza amarelado, a íris é marrom avermelhada e os pés cinzas escuros.
Comprimento: 25 cm.
Hábitat: Bosques de savanas e florestas.
Status: Desconhecido.
Hábitos: Vivem em pares ou grupos pequenos. Cautelosos e imperceptíveis, difíceis de serem observados, se alimentam em florestas de montanhas. Fazem migrações locais e se agrupam ocasionalmente em lugares para beber água. Normalmente quando perturbado, saem voando e guinchando ruidosamente, mas também podem simplesmente permanecerem quietos e escondidos no meio das folhagens.
Características: Este papagaio africano de cores contrastantes faz parte da subfamília dos Poicephalus, a qual faz parte da família dos Psitacídeos. Eles compreendem 09 espécies dentro de aproximadamente 23 subespécies. São bastante resistentes depois de aclimatados. Tem desaparecido de seu habitat natural devido ao desmatamento e a sua captura para o mercado de animais de estimação. São animais que se adaptam muito bem ao convívio com seres humanos. Em cativeiro temos que ter o cuidado, e isto se aplica a todas as espécies de papagaios, para que eles sejam o mais felizes possível. Uma ave que está muito tempo sozinha e fechada em casa, que está perto de ruídos estranhos ou em condições (gaiola, alimentação e distrações) pobres, não é uma ave feliz. Papagaios são aves muito sociáveis que precisam da companhia de outras aves ou de pessoas; como todos os seres vivos, querem atenção e as melhores condições, sem essas se tornam tristes e podem entrar em stress, chegando mesmo a arrancar as próprias penas e até as próprias unhas, casos que depois são muito difíceis de corrigir.
A condição mais importante para quem compra, seja uma ave de companhia ou para criação, é saber a história da ave. Deve-se sempre comprar aves criadas em cativeiro, tentando assim contribuir para a não extinção da mesma, além de também facilitar a nossa relação com elas. Quando criadas em criatórios, estão acostumadas à presença de seres humanos e dificilmente sofrem stress ou contraem doenças, estando aclimatadas às condições de cativeiro.
Quando se tem um casal não é muito difícil que se consigam filhotes. Se quiser fazer uma criação, leva-se em conta que um casal reprodutor não é só um macho e uma fêmea, e sim, um macho e uma fêmea compatíveis. Como nos humanos, por vezes um não gosta do outro. Se tiver a certeza que é um macho e uma fêmea, que são adultos (mais de 03 anos) e que não reproduzem, algo está errado, pode ser que não sejam um par compatível. Procure encontrar o possível problema e, se chegar à conclusão da incompatibilidade, troque uma das aves.
Dimorfismo: Existe, mas é muito tênue. O mais seguro é fazer a sexagem por DNA.
Dieta natural: Sementes, frutas (especialmente figos) e brotos, também comem milho e amendoins em áreas cultivadas.
Alimentação: Basicamente sementes (alpiste, girassol e aveia em pequenas quantidades, milho alvo de diversos tipos e etc.), porém é importante para uma alimentação balanceada que também comam verduras, legumes e frutas como: maçã, uva, figo, pêssego (a maçã em especial é de suma importância para a lubrificação do trato intestinal), gostam muito de milho verde e amendoim, chegam a comer ração de faisão.
Período de reprodução: De agosto a janeiro, sendo setembro o mês principal.
Reprodução: É rara, pois existem poucos espécimes em cativeiro. Deve ser mantido apenas um casal por viveiro, embora não agridam outras aves tem-se um melhor resultado. Frequentemente ficam agressivos com os tratadores durante a criação. Alguns casais totalmente inexperientes poderão matar o seu primeiro filhote logo após a eclosão, ou não saberem alimentá-lo. Dê-lhes uma segunda chance, pois precisam de uma oportunidade para aprender. Só a fêmea choca, deixa o ninho apenas para se alimentar ou ser alimentada pelo macho em breves períodos na manhã e ao entardecer. Importante variar bastante a alimentação para que os filhotes tenham um bom crescimento.
Amadurecimento sexual: 03 anos.
Idade reprodutiva: Acredita-se que possa viver em cativeiro, com os devidos cuidados entre 20 e 30 anos e que consiga reproduzir até os 15 anos ou mais.
Quantidade de ovos: Postura de 03 a 04 ovos, ocasionalmente podem estar infecundos ou os filhotes morrerem dentro do ovo, podem fazer até três posturas por ano. Ovo mede 29.4 x 26.4 mm.
Ninhos: Na natureza fazem seus ninhos em árvores altas. Aceitam muitos tipos de ninhos e em várias posições em cativeiro, mas coloque-o em um canto escuro, pois é de suma importância. Troncos de árvores ocas, caixas de madeira são os mais utilizados. De um modo geral usa-se ninhos verticais. Se o fundo do ninho ficar muito úmido é quase certo os pais começarem a arrancar penas dos filhotes, devendo-se, portanto mantê-lo bem seco. Pode-se forrá-lo com serragem ou areia, sendo a areia mais fácil de se trabalhar. O abandono do ninho pelos pais é menos comum quando já existem crias, mas se a fêmea não está acostumada à inspeção do ninho, pode entrar em pânico e bicar os filhotes.
Tempo de incubação: 25 dias.
Temperatura de incubação: 37, 5º C.
Umidade: 45 a 50%.
Filhotes: Os filhotes são semelhantes aos adultos, mas com a cabeça de marrom acinzentada e ligeiramente amarela esverdeada, o verde do peito e do abdômen é mais claro e a parte de cima do bico tem a ponta cinza. Se ficar muito frio não terá força para levantar a cabeça e consequentemente não conseguirá se alimentar e mesmo que a mãe tente aquecê-lo ele morrerá. Logo, é interessante que em lugares de clima frio se use serragem como forro para o ninho enquanto que para lugares de clima quente use-se areia. Saem do ninho após 09 a 10 semanas e depois levam um bom tempo ainda sendo alimentados pelos pais. Para que fique manso (pet), é preciso retirá-lo do ninho com 15 a 20 dias e tratá-lo na mão. Se destinados à reprodução é interessante que sejam apresentados a outros jovens da mesma espécie, pois se forem isolados por muito tempo do contato com sua própria espécie, podem simplesmente não reconhecê-los como par. O pássaro criado em cativeiro, de preferência manso, reproduz mais rápido do que o selvagem.
Viveiros: Não existe um tamanho padrão de viveiro, mas para que voem bem e possam gastar suas energias o mínimo é de 1 x 1,2 x 2 m, porém podem também ser criados em gaiolas. Os poleiros devem ser grossos para desgaste. Importante saber que os viveiros deverão ter tela galvanizada e fios arredondados para evitar que destruam as penas e 40 a 50% de área coberta, para proteger os ninhos e as aves, do frio, do sol e da chuva. Além disso, os viveiros devem estar em locais onde estejam protegidos de ventos frios por paredes, cercas vivas, quebra ventos e de forma a receber o sol da manhã.
Tamanho da anilha: 07mm.
Fezes: Pastosas. Líquidas ou brancas pode significar algum tipo de doença.