Loris Charmosyna Papou – Charmosyna p. papou

Loris Charmosyna Papou – Charmosyna p. papou

Charmosyna p. papou
(Scopoli 1786)

Inglês: Papuan Lory
Português: Loris Charmosyna Papou

Distribuição: Montanhas da Penísula de Vogelkop, Irian Jaya, Indonesia.

Descrição: Sua plumagem em geral é vermelha, as costas e as asas são verdes escuros, possui uma mancha preta atrás da cabeça que tem riscos azuis na parte mais próxima da testa, na parte mais baixa das costas e na região coberta pelo rabo possuem uma mancha azul, o abdômen e as coxas são quase pretos, possuem ainda manchas pequenas amarelas dos lados do peito e uma maior mais abaixo, a parte de cima do rabo é verde e a de baixo é amarela esverdeada, possuem duas penas medianas do rabo muito compridas, amarelas com manchas laranjas e que medem aproximadamente de 200 a 252 mm, o círculo ao redor dos olhos é estreito e cinza claro, sua íris é laranja, seus pés são avermelhados e o bico vai do laranja ao laranja avermelhado.

Comprimento: 42 cm e de asa 130 a 145 mm.

Sub-espécies



Charmosyna p. stellae

Charmosyna p. stellae
(A. B. Meyer 1886)

Inglês: Stellas Lorikeet
Português: Loris Charmosyna Stella

Distribuição: Montanhas do sudeste da Nova Guiné, oeste do rio Angabunga e montanhas Herzog.

Descrição: São maiores e existem na cor vermelha e na cor melânica (preto), na cor vermelha se apresentam como a papou, mas o preto na parte de cima da cabeça se estende para a área atrás do olho e a faixa preta do pescoço, o bordo azul da parte da frente é muito mais largo, as manchas amarelas dos lados do corpo não existem e as mais baixas também são pretas, as penas longas do meio do rabo iniciam verde, depois passam para um vistoso amarelo alaranjado com manchas amarelas e seu comprimento está entre 203 e 287 mm.

Mutação melânica

Descrição da forma melânica: A plumagem vermelha é toda substituída por preta, a parte mais baixa das costas é azul, à parte de cima do rabo é verde escuro e por baixo é verde fosco amarelado, nos machos existem algumas marcações vermelhas nas laterais do peito e nas penas cobertas pelo rabo.

Comprimento: 45 cm e de asa 134 a 151 mm.



Charmosyna p. goliathina

Charmosyna p. goliathina
(Rothschild and Hartert 1911)

Inglês: Mount Goliath Lorikeet
Português: Loris Charmosyna

Distribuição: Montanhas na região central da Nova Guiné.

Descrição: São maiores e esta subespécie também podem ser encontradas na cor vermelha e na cor melânica (preto), a vermelha é como a papou, mas a parte preta cabeça se estende da área atrás do olho e se funde atrás com uma faixa preta que vai para o pescoço (gola), daí o nome da subespécie, o azul da parte da frente é muito mais extenso, não possui as manchas amarelas dos lados do corpo, as partes mais baixas também são pretas, o comprimento do rabo estará entre 227 e 310 mm.

Mutação melânica

Descrição da forma melânica: É como descrito no stellae, mas provavelmente pode ser diferenciado pela terminação das penas cobertas pelo rabo que são vermelhas no macho do stellae e verde no macho da goliathina, não existe nenhuma diferença na fêmea.

Comprimento: 45 cm e de asa 135 a 156 mm.



Charmosyna p. wahnesi

Charmosyna p. wahnesi
(Rothschild 1906)

Inglês: Wahnes Lorikeet
Português: Loris Charmosyna Wahnesi

Distribuição: Montanhas da Península de Huon e Montanhas de Adelbert, Papua-Nova Guiné.

Descrição: Esta subespécie é do tamanho da papou, também podem ser encontradas na cor vermelha e na cor melânica (preto), embora a melânica pareça ser extremamente rara, na forma vermelha é como a papou, mas a parte preta cabeça se estende da área atrás do olho e se funde atrás com uma faixa preta que vai para o pescoço, o azul da parte da frente é muito mais extenso, a grande diferença desta subespécie para as demais é a faixa amarela no peito, não possui as manchas amarelas dos lados do corpo, as partes mais baixas também são pretas, o comprimento do rabo estará entre 169 e 242 mm.

Descrição da forma melânica: É como descrito no stellae.

Comprimento: 42 cm e de asa 120 a 142 mm.

Nota 01: Em algumas literaturas recentes é mencionada a não existência da forma melânica de wahnesi, porém isto não está correto, ela é apenas bem mais rara.

Nota 02: Pássaros vermelhos sempre produzem filhotes vermelhos, casais misturados produzem filhotes vermelhos e pretos, casais pretos podem ter filhotes vermelhos, mas até agora só nasceram fêmeas, sugestionando uma característica sexo-ligada.

Hábitat: Florestas de montanhas entre 1.400 a 3.500 m, ocasionalmente podem descer a 1.200 m. Abaixo de 2.000 m quase que exclusivamente só são encontrados na forma vermelha os stellae e as goliathina, a forma preta só começa a ser encontrada com o aumento da altitude.

Status: Comum. Pode-se dizer que em alguns lugares chega a ser numeroso.

Hábitos: Podem ser encontrados aos pares ou grupos pequenos fora da época da reprodução, ocasionalmente podem estar misturados com bandos de outras espécies de loris quando estão se alimentando em árvores e arbustos que estejam florescendo, são bastante ativos, escalam com agilidade os galhos das árvores, onde são difíceis de serem descobertos, no entanto durante o vôo que é reto, mas não é rápido e que tem batidas de asas audíveis, são facilmente identificados por causa do rabo longo, costumam voar baixo e entre os galhos das árvores, seu chamado é suave e repetitivo durante o vôo.

Características: Os loris pertencem à subfamília Loriinae, a qual faz parte da família dos Psitacídeos. Os loris compreendem 53 espécies dentro de aproximadamente 12 gêneros. O que difere e separa os loris dos demais papagaios é a sua forma de alimentação, assim como todo o aparato alimentar, como por exemplo, a língua, que quando estendida, transforma-se numa espécie de escova para coletar néctar. Possuir loris é ser um verdadeiro amante dos psitacídeos. São essencialmente aves de árvores e arbustos que dão flor, muito ativos, com cores exuberantes de sua plumagem e que quando voam mostram sob as asas umas cores ainda mais brilhantes, que é característica de muitas espécies. Personalidade, docilidade, comportamento irrequieto, porém sociável e extremamente curioso, proporcionarão uma infindável fonte de alegria e um prazer que desafia qualquer “moda”, pois eles possuem um fascínio que nunca se desvanece. Vê-los brincar é um verdadeiro deleite. Como grupo, estão entre as aves mais coloridas do mundo, talvez apenas se rivalizando com os faisões. Por possuírem uma plumagem excepcionalmente brilhante há necessidade de tomar muito banho de modo a mantê-la em ótimas condições. Criação em colônia nem sempre é aconselhável, exceto quando forem espécies de menor porte e em aviários bastante grandes. Com loris de maior porte seria meio caminho andado para um completo desastre, pois em tais circunstâncias, estes se transformariam em verdadeiros assassinos. Excetuando as Charmosinas, os demais loris são capazes de suportar baixas temperaturas. Na natureza são em sua maioria nômades. Importante saber que eles possuem comportamento homossexual e não é porque dois loris estejam se acariciando ou dormindo juntos que podemos dizer que é um casal. Na maioria das vezes, precisaremos fazer a sexagem (laparoscopia ou DNA) para se ter certeza. Em quase todas as espécies os casais têm um laço muito forte, passando horas a arrumar as penas ou brincar um com outro. No poleiro estão sempre a se tocar mutuamente e ficam muito agitados se são separados mesmo que por breves momentos. São ligados mentalmente ao dono. Este fenômeno foi estudado em particular nos gansos pelo austríaco Konrad Lorenz.

Dimorfismo:
Charmosyna p. papou : As fêmeas são bastante semelhantes aos machos, mas as marcas amarelas dos lados do corpo não são tão extensas, a cor avermelhada nesta área citada em algumas recentes literaturas não é indicativa de diferença.
Charmosyna p. stellae / Charmosyna p. goliathina / Charmosyna p. wahnesi : As fêmeas são bastante semelhantes aos machos, mas a parte mais baixa das costas e dos lados do corpo existe marcas amarelas.

Dieta natural : Pólen, néctar, frutas macias (manga, banana e etc.), flores e insetos.

Alimentação : Podem ter reações alérgicas à proteína animal e a alimentos gordurosos. Ramos frescos são simultaneamente, comida, brinquedo e tônico, devem ser considerados fundamentais e não apenas uma “guloseima” esporádica. Devem ainda comer verduras várias vezes por semana, bem como leguminosas demolhadas ou cozidas e pão integral. Vegetais crus, como cenoura e a abóbora são muito apreciados, principalmente pelos jovens que gostam de “lutar” com uma cenoura inteira antes de comê-la. São pássaros sugadores e por isso, a alimentação no cativeiro basicamente deve ser uma papa de frutas bem líquida e adoçada com açúcar refinado ou frutose (que é mais cara, mas é bem melhor), incluindo também nessa papa um complexo vitamínico e mineral completo. Geralmente as espécies pequenas são mais dependentes de néctar (quanto menor o loris, mais líquida devem ser a papa), enquanto que as maiores aceitam bem os frutos. A papa deve ser trocada duas vezes ao dia para evitar que azede, e em épocas muito quentes, até três vezes ao dia. Essa papa pode ser feita uma vez por dia e guardada na geladeira para ser servida posteriormente no mesmo dia. Nunca dê girassol para um loris, embora alguns raros indivíduos venham a comê-lo, o girassol é totalmente desaconselhável e nocivo.

Período de reprodução: De setembro a março.

Reprodução: Frequentemente alcançada, não tão difícil com a dieta correta. Exigem uma quantidade alta de vitamina A. Como é uma Charmosyna, acredita-se que o sistema de criação em colônia só seja possível fora do período reprodutivo, mas não é recomendado. Alguns casais totalmente inexperientes poderão matar o seu primeiro filhote logo após a eclosão, o que é bastante comum ou não saberem alimentá-lo. Dê-lhes uma segunda chance, pois precisam de uma oportunidade para aprender. Durante o dia a fêmea fica no ninho e a noite ambos. São agressivos com outras espécies, principalmente quando estão com filhotes no ninho. Importante variar bastante a alimentação para que os filhotes tenham um bom crescimento.

Amadurecimento sexual: 02 anos.

Idade reprodutiva: Acredita-se que possa viver em cativeiro, com os devidos cuidados entre 40 e 50 anos e que consiga reproduzir até os 25 anos ou mais.

Quantidade de ovos: Postura de 02 ovos normalmente, ocasionalmente podem estar infecundos ou os filhotes morrerem dentro do ovo, podem fazer até três posturas por ano. Ovo mede 24.5 x 22.3 mm.

Ninhos: Quase todos os loris preferem pernoitar num refúgio qualquer, aceitam muitos tipos de ninhos e em várias posições. Troncos de árvores ocas, caixas de madeira são os mais utilizados. De um modo geral usa-se ninhos verticais, mas eles gostam muito de ninhos onde possam descer uma rampa e ficar bem no escuro o que lhes dá mais segurança.
Se o fundo do ninho ficar muito úmido é quase certo os pais começarem a arrancar penas dos filhotes, devendo-se, portanto mantê-lo bem seco. Pode-se forrá-lo com serragem ou areia, sendo a areia mais fácil de se trabalhar. O abandono do ninho pelos pais é menos comum quando já existem crias, mas se a fêmea não está acostumada à inspeção do ninho, pode entrar em pânico e bicar os filhotes.

Tempo de incubação: 28 dias.

Temperatura de incubação: 37,5º C.

Umidade : 45 a 50%.

Filhotes :

Charmosyna p. papou : Os filhotes têm a plumagem geralmente mais fosca, o peito e as penas da nuca são entremeados com preto e o abdômen com verde azulado, às penas medianas do rabo não são tão compridas, o bico, a íris e os pés são castanhos.

Charmosyna p. stellae/ Charmosyna p. goliathina / Charmosyna p. wahnesi : Os filhotes têm a plumagem ligeiramente mais fosca, o abdômen é preto, as coxas são entremeadas com verde azulado, às penas medianas do rabo não são tão compridas, o amarelo característico já está presente nas fêmeas jovens, a íris é marrom escura e os pés são rosas acinzentados. Se ficar muito frio não terá força para levantar a cabeça e conseqüentemente não conseguirá se alimentar e mesmo que a mãe tente aquecê-lo ele morrerá. Logo, é interessante que em lugares de clima frio se use serragem como forro para o ninho enquanto que para lugares de clima quente use-se areia. Saem do ninho após 56 a 64 dias e depois levam um bom tempo ainda sendo alimentados pelos pais. Não deve faltar jiló, pois faz parte da alimentação básica dos filhotes. Para que fique manso (pet), é preciso retirá-lo do ninho com 15 a 20 dias e tratá-lo na mão. Os loris aprendem a comer mais rápido do que os outros psitacídeos. Se destinados à reprodução é interessante que sejam apresentados a outros jovens da mesma espécie, pois se forem isolados por muito tempo do contato com sua própria espécie, podem simplesmente não reconhecê-los como par. O pássaro criado em cativeiro, de preferência manso, reproduz mais rápido do que o selvagem.

Viveiros: Não existe um tamanho padrão de viveiro, mas para que voem bem e possam gastar suas energias o mínimo é de 1×1, 2×2 m, porém podem também ser criados em gaiolas. Os poleiros devem ser grossos para desgaste, pois os loris têm uma tendência pronunciada de crescimento das unhas. Importante saber que os viveiros deverão ter tela galvanizada e fios arredondados para evitar que destruam as penas e 40 a 50% de área coberta, para proteger os ninhos e as aves, do frio, do sol e da chuva. Além disso, os viveiros devem estar em locais onde estejam protegidos de ventos frios por paredes, cercas vivas, quebra ventos e de forma a receber o sol da manhã.

Tamanho da anilha: 05 mm.

Fezes: Estão em uma fase entre líquidas e pastosas que esguicham a alguma distância e é esse um dos grandes motivos para não se tê-lo dentro de casa.



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