Cacatua funereus – Calyptorhynchus f. funereus
Calyptorhynchus f. funereus
(Shaw 1794)
Inglês: Yellow-tailed Cockatoo
Português: Cacatua funereus
Distribuição: Austrália oriental, do centro sul de Queensland até a parte oriental de Victoria.
Descrição: Também é conhecida como cacatua do rabo amarelo. Sua plumagem em geral é castanho escuro, sendo que todas as penas terminam com amarelo, seus ouvidos são cobertos por penas amarelas, as penas centrais do rabo são castanho escuro e as laterais do rabo são amarelo escuro, tem um anel ao redor do olho avermelhado, sua íris é marrom escuro e os pés, marrons acinzentados.
Comprimento: 67 cm e de asa 360 a 450 mm.
Sub-espécies
Calyptorhynchus f. xanthanotus Gould
Calyptorhynchus f. xanthanotus
Gould 1838
Inglês: Tasmanian Yellow-tailed Cockatoo
Português: Cacatua funereus xanthanothus
Distribuição: Tasmânia, nas maiores ilhas de Bass Strait, Ilha Canguru e no sudeste da Austrália até a Victoria meridional.
Descrição: Igual a funereus, mas com rabo mais curto e de tamanho menor.
Comprimento: 58 cm e de asa 345 a 420 mm.
Calyptorhynchus f. baudinii Lear
Calyptorhynchus f. baudinii Lear 1832
Inglês: White-tailed Cockatoo
Português: Cacatua funereus baudinii
Distribuição: Sudoeste da Austrália.
Descrição: Tal qual a funereus, mas com plumagem em geral mais escura. Tudo que é amarelo na funereus, nesta é branco. As penas do rabo também são mais claras e menor em tamanho.
Comprimento: 58 cm e de asa 365 a 395 mm.
Calyptorhynchus f. latirostris
Calyptorhynchus f. latirostris or female Carnaby 1948
Inglês: Carnabys White-tailed Cockatoo
Português: Cacatua funereus latirostris
Distribuição: Austrália ocidental.
Descrição: Como a baudinii, mas com o bico mais curto e mais largo.
Comprimento: 58 cm e de asa 355 a 395 mm.
Hábitat: Virtualmente todas áreas com cobertura de árvores, floresta litoral, florestas de montanhas, áreas cultivadas, savanas com arbustos e durante época de reprodução, só é encontrada em áreas com árvores altas.
Status: Já foi bastante comum, mas agora está muito reduzida em muitos lugares, porque em suas áreas de procriação a escassez de locais satisfatórios para ninhos e alimentação.
Hábitos: Normalmente são vistas em grupos familiares ou em bandos pequenos fora da época de reprodução, ocasionalmente podem ser vistos bandos de até 600 pássaros em plantações, às vezes estão acompanhadas das Cacatuas magnificus, o casal mesmo dentro do bando não se separa. Os pássaros na Austrália oriental raramente descem solo, exceto para beber, porém no sudoeste da Austrália eles descem frequentemente para se alimentar. Cautelosa, não permite aproximação, um pássaro estará sempre de guarda enquanto os outros se alimentam, se assustadas, o bando inteiro voa. Ao amanhecer voam do seu local de descanso para beber, então depois vão se alimentar. Durante as horas quentes do meio-dia elas descansam em árvores de eucalipto altas, ao entardecer buscam água novamente, então voam para suas árvores de descanso. Faz uma migração sazonal na Austrália oriental, seu vôo é lento, grita continuamente e seu chamado é extremamente alto e prolongado.
Características: O nome cacatua vem do malaio, Kakatua, que significa papagaio grande, pois seu porte pode atingir de 30 a 70 cm de comprimento. A maior parte dessas espécies possui uma charmosa crista de tamanho, cor e forma específica, que é erguida ou abaixada quando a ave está excitada ou alarmada. Muito ativa imitadora da fala humana, capaz de acrobacias e de se afeiçoar às pessoas. Extremamente elegante e vistosa vem conquistando seu espaço como companheira de estimação. Por ser uma ave rara que pode falar, fazer truques como: andar de patins, pegar objetos e etc., seu preço não é nada em conta, podendo variar entre 3 e 35 mil reais dependendo da espécie. São monogâmicas e uma das coisas interessantes sobre essa magnífica ave é que batem com a pata em cima do ninho para dizer que ele lhes pertence. Cacatuas são de natureza agradável, porém bastante ruidosas, inicialmente são tímidas. São mais reservadas em viveiros grandes, mas logo se tornam confiantes. Muitos pássaros destroem partes de madeira regularmente em viveiros e telas de arame também, então, proveja madeira para que elas possam destruir. É quieta e muito robusta depois da aclimatação, porém há problemas com a mudança de dieta durante esse período, frequentemente recusam comida, galhos frescos são ignorados frequentemente, mas madeira podre e tábuas serão destruídas completamente. É normalmente pacífica, porém durante o período de criação tende a atacar pássaros de viveiros próximos, bicando os dedos do pé de seus vizinhos, chegando muita das vezes a amputá-los.
Dimorfismo:
Calyptorhynchus f. funereus e Calyptorhynchus f. xanthanotus: Os machos são quase idênticos às fêmeas, porém nelas o amarelo que cobre os ouvidos é mais claro, a faixa amarela no rabo é mais forte e a pele ao redor do olho é cinza escuro.
Calyptorhynchus f. baudinii e Calyptorhynchus f. latirostris: A fêmea é como a funereus com mais marcas mais intensas nas penas e o anel ao redor do olho que também é cinza, é mais escuro.
Dieta natural: Sementes (inclusive sementes de grama), frutas, néctar, bagas e provavelmente insetos e suas larvas. Come a maior quantidade de insetos e larvas quando está se alimentando no chão.
Alimentação: Algumas espécies se alimentam exclusivamente nas árvores e outras também no chão. São pássaros que possuem bico bem forte e geralmente pesado, permitindo comer todo tipo de castanhas, grãos e mistura de sementes grandes e pequenas como: girassol, milho, aveia, trigo e semente de abóbora. Gostam muito de milho verde, cana de açúcar, cenoura e pepino. Ainda comem também sementes germinadas, galhos com flores, insetos (regularmente), quantias pequenas de carne, várias frutas (especialmente maçã), verduras e legumes, frequentemente são seletivas, e ao se alimentar passam a fazer muito barulho, tornam-se relutantes em aceitar frutas, legumes e sementes diferentes. Então se fazem necessários suplementos minerais regulares e vitaminas. Não devem comer muita aveia no máximo três vezes por semana para não engordarem muito, animais gordos tem baixo índice de fertilidade. E nem muito girassol porque ataca o fígado, o ideal é uma ração que tenha uma mistura balanceada de sementes.
Período de reprodução: O período de procriação é variado; de março a agosto em Queensland e Nova Gales do Sul, de novembro a fevereiro no restante da área de distribuição.
Reprodução: É raramente alcançada. É essencial isolar o casal durante esse período e colocá-los em um viveiro grande e quieto é muito vantajoso. Precisa de bastante proteína animal. Importante variar bastante a alimentação para que os filhotes tenham um bom crescimento. Quando é possível, é interessante que a medida em que a fêmea coloque os ovos, vá se retirando e trocando por ovos de plástico e assim que ela termine de botar o último ovo, retire-se os de plástico e coloque os de verdade, para que ela comece a chocá-los ao mesmo tempo, evitando-se assim que os filhotes nasçam em dias diferentes, o que seria muito ruim porque os que nascerem primeiro, muitas das vezes, não permitem que os mais novos se alimentem direito, vindo no final a falecer.
Amadurecimento sexual: 04 a 05 anos.
Idade reprodutiva: Acredita-se que uma cacatua pode viver em cativeiro, com os devidos cuidados entre 40 e 80 anos e que consiga reproduzir até os 50 anos ou mais.
Quantidade de ovos: Postura de 01 a 02 ovos normalmente, ocasionalmente podem estar infecundos ou os filhotes morrerem dentro do ovo, podem fazer duas posturas por ano. Ovo mede 49.9 x 34.7 mm.
Ninhos: Na natureza fazem seus ninhos nos ocos de árvores mortas e altas, sem justificações, a entrada do ninho está em média a 7.2 m do solo. O casal trabalha junto na feitura do ninho, que é forrado com pedaços pequenos de madeira. Em cativeiro, devem ser colocados no lugar mais alto do viveiro e os verticais em “L” são os preferidos porque evita que os pais ao descer se joguem em cima dos filhotes. Deverão ser revestidos de chapa na entrada, nos cantos externos e algumas partes internas, para que elas não o destruam. É interessante que a boca do ninho seja protegida por uma folha de zinco. Assim como as quinas do ninho que o bico delas pode alcançar, por cantoneiras de ferro para evitar que elas o destruam. Além disso, deve-se pregar uma tela por dentro da boca até o fundo do ninho, para facilitar sua descida e subida. Havendo a possibilidade, os ninhos feitos de toco de árvore têm uma ainda melhor aceitação.
Tempo de incubação: 29 dias.
Filhotes: Os filhotes são como as fêmeas, mas os machos jovens têm uma ligeira diferença das fêmeas. Normalmente nascem os 02, mas a mãe às vezes só alimenta 01 dos filhotes. Deve-se então retirar 01 do ninho e tratá-lo no bico. Só saem do ninho com 3 meses e depois levam um bom tempo ainda sendo alimentados pelos pais.
Viveiros: Ideal 8x3x2m. Podem ser criadas em gaiolas de 1 m/ 1,2 m/ 3 m, mas tornam-se apáticos nessas gaiolas ou em aviários pequenos, há necessidade de entretenimento, do contrário podem desenvolver vários vícios como o de gritar alto, destruir com o bico tudo ao seu redor e até arrancar as próprias penas. A solução é mantê-la ocupada com coisas para brincar e mastigar como: poleiros, brinquedos de madeira ou os importados próprios para ela, ossos de couro de boi para cães e alimentos de difícil acesso (nozes, sementes, castanhas, vagens e etc.). Por causa de tal comportamento e por serem monogâmicas, aconselha-se manter apenas um casal em cada viveiro. Se for mais de um par devem ser mantidos distantes, pois costumam se agredir causando ferimentos e até a morte. Em viveiros grandes se sentem mais seguras e consequentemente a reprodução é melhor. Importante saber que os viveiros deverão ter tela galvanizada e fios arredondados para evitar que destruam as penas e 40 a 50% de área coberta, para proteger os ninhos e as aves, do frio, do sol e da chuva. Além disso, os viveiros devem estar em locais onde estejam protegidas de ventos frios por paredes, cercas vivas, quebra ventos de forma a receber o sol da manhã.
Umidade: 45 a 50%.
Tamanho da anilha: 13 mm.
Fezes: Pastosas. Líquidas ou brancas significa doença.
