Papagaio Verdadeiro – Amazona a. aestiva

Papagaio Verdadeiro – Amazona a. aestiva

Amazona a. aestiva
(Linné 1758)

Inglês: Blue-fronted Amazon
Português: Papagaio Verdadeiro ou Baiano

Distribuição: É encontrado na Bolívia, Paraguai e norte da Argentina. No Brasil, ocorre do Nordeste, Piauí, Pernambuco, Bahia e Ceará, pelo centro do Brasil nas Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, ao Rio Grande do Sul.

Descrição: Sua plumagem em geral é verde, as pontas das penas possuem uma tênue linha preta, a cor da cabeça é variável, a testa e a área das narinas são azuis, à parte de cima da cabeça, a área próxima dos olhos, as coxas e às vezes a área que cobre os ouvidos são amarelas, as partes mais baixas das bochechas e queixo podem ser verdes, azuis ou amarelas, as dobras das asas são vermelhas, muitas das vezes com penas amarelas, a extremidade da asa é verde amarelada, as penas primárias têm as pontas azuis violeta, possui cerca de cinco penas secundárias vermelhas, o rabo é verde com a ponta verde amarelada, o círculo ao redor dos olhos é branco, mas pode chegar a ser cinza, o bico é cinza escuro, sua íris é laranja e seus pés são cinzas.

Mutações

Lutino
Azul
Vermelha
Oliva
Canela
Arlequim

Comprimento: 37 cm.

Sub-espécies



Amazona a. xanthopteryx

Alisterus s. minor
(Mathews 1911)

Inglês: Smaller Australian King Parrot
Português: King Parrot Minor

Distribuição: Nordeste de Queensland.

Amazona a. xanthopteryx (Berlepsch 1896)

Inglês: Yellow-winged Amazon
Português: Papagaio da asa amarela

Descrição: Semelhante ao aestiva, mas com a curva da asa amarela, muita das vezes entremeado com vermelho e bastante extenso.

Distribuição: Sudoeste de Mato Grosso, no Brasil, norte e leste da Bolívia, Paraguai e norte da Argentina.

Comprimento: 37 cm.

Nota: A classificação desta espécie em duas subespécies não é muito bem feito pelos criadores. Como a maior extensão de amarelo na curva da asa é típico do xanthopteryx, mas pode acontecer no aestiva de forma semelhante, há uma tendência a diferenciar incorretamente.

Hábitat: Áreas arborizadas, plantações de coqueiros e palmeiras, savanas abertas com bosques e áreas cultivadas a 1.600 m.

Status: Comum, mas em extinção em algumas localidades por causa da maciça captura para o comércio.

Hábitos: Andam em pares ou grupos pequenos. Pode ser visualizado durante o dia se alimentando ou descansando nos topos das árvores, onde ficam muito quietos e só são descobertos através dos restos de comida que caem no chão. Não são tímidos e permitem aproximação. Se alarmado, voa guinchando ruidosamente. Durante o vôo são bastante ruidosos, podendo ser distinguidos facilmente e também se consegue identificar os casais, pois voam juntos. Bandos muito grandes se agrupam de vez em quando para passar a noite em árvores de descanso. Fazem migrações sazonais e ocasionalmente se alimentam em plantações, onde causam um dano considerável. Seu chamado é rouco e alto.

Características: Embora seja comum e sua cor predominante seja verde, sua face amarela com marcações azuis formam um contraste que a torna uma ave bela. Pertencente a família psittacidae e há nenhuma 02 subespécies. É provavelmente o papagaio de porte médio mais conhecido em todo o Brasil. No entanto, a particularidade que o caracteriza, mesmo para as pessoas que têm poucos conhecimentos sobre, é a sua habilidade de repetir palavras e de ser um grande falador. Embora vivam em bandos, são monogâmicas. Muito vivas, resistentes, gostam de tomar banho e bastante barulhentas, particularmente no começo da manhã e no fim da tarde. Rapidamente se acostumam com novos tratadores. Podem ser mantidas com outros papagaios até mesmo na época reprodutiva, desde que em viveiros grandes.

Tem desaparecido de seu habitat natural devido ao desmatamento e a sua captura para o mercado de animais de estimação. São animais que se adaptam muito bem ao convívio com seres humanos, sendo que, mesmo no estado selvagem, toleram a sua presença e a sua aproximação, parecendo ter prazer nisso. Em cativeiro temos que ter o cuidado, e isto se aplica a todas as espécies de papagaios, para que eles sejam o mais felizes possível. Uma ave que está muito tempo sozinha e fechada em casa, que está perto de ruídos estranhos ou em condições (gaiola, alimentação e distrações) pobres, não é uma ave feliz. Papagaios são aves muito sociáveis que precisam da companhia de outras aves ou de pessoas; como todos os seres vivos, querem atenção e as melhores condições, sem essas se tornam tristes e podem entrar em stress, chegando mesmo a arrancar as próprias penas e até as próprias unhas, casos que depois são muito difíceis de corrigir. Uma vez destruído o folículo da pena ela jamais nascerá novamente. Devemos sempre que possível colocar galhos, folhas ou brinquedos para que se distraiam, evitando-se assim o seu desejo em arrancar penas, proveniente do stress.

A condição mais importante para quem compra, seja uma ave de companhia ou para criação, é saber a história da ave. Deve-se sempre comprar aves criadas em cativeiro, tentando assim contribuir para a não extinção da mesma, além de também facilitar a nossa relação com elas. Quando criadas em criatórios, estão acostumadas à presença de seres humanos e dificilmente sofrem stress ou contraem doenças, estando aclimatadas às condições de cativeiro.

Quando se tem um casal não é muito difícil que se consigam filhotes. Se quiser fazer uma criação, leva-se em conta que um casal reprodutor não é só um macho e uma fêmea, e sim, um macho e uma fêmea compatíveis. Como nos humanos, por vezes um não gosta do outro. Se tiver a certeza que é um macho e uma fêmea, que são adultos (mais de 03 anos) e que não reproduzem, algo está errado, pode ser que não sejam um par compatível. Procure encontrar o possível problema e, se chegar à conclusão da incompatibilidade, troque uma das aves.

A repetição de uma grande quantidade de palavras e de sons é, como já foi dito, uma habilidade inigualável no mundo das aves. No entanto, nem todas são iguais e umas têm mais facilidade em aprender do que outras. Se comprar um papagaio como companhia e deseja que ele repita algumas palavras, não se deixe desanimar se tal não acontecer em alguns meses. Uma boa qualidade de vida e muitas brincadeiras lhe darão confiança para começar e depois… bem… não digam que querem sossego!

Dimorfismo (diferença sexual): Machos e fêmeas são idênticos, mas em média, as fêmeas são menores. O ideal para se ter certeza é o exame de DNA.

Dieta natural: Frutas, bagas, sementes, nozes, flores e brotos. Ocasionalmente se alimentam em plantações de milho , onde causam um dano considerável.

Alimentação: Em cativeiro deve-se oferecer a maior variedade de frutas, sementes (girassol, semente de abóbora, alpiste, arroz com casca, aveia, etc…), sementes germinadas e legumes. Gostam muito de milho verde, mas são verdadeiramente apaixonados por frutas. Não devem comer muita aveia no máximo 03 vezes por semana para não engordarem muito e ter sempre atenção para não abusar do girassol, que em excesso podem causar problemas no fígado e levá-lo a morte. Possuem uma tendência para escolher uma dieta desequilibrada e se tornarem obesos. Existem complexos granulados muito vantajosos do ponto de vista substancial, pois oferecem uma grande variedade de vitaminas e outros componentes necessários à boa saúde das aves. Ração peletizada/estruzada específica para papagaios e outros psitacídeos poderão ser encontradas em lojas especializadas.

Período de reprodução: De julho a dezembro.

Reprodução: É alcançada regularmente. É essencial isolar o casal durante esse período, colocá-los em um viveiro quieto é muito vantajoso. Importante variar bastante a alimentação para que os filhotes tenham um bom crescimento. Quando é possível, é interessante que a medida em que a fêmea coloque os ovos, vá se retirando e trocando por ovos de plástico e assim que ela termine de botar o último ovo, retire-se os de plástico e coloque os de verdade, para que ela comece a chocá-los ao mesmo tempo, evitando-se assim que os filhotes nasçam em dias diferentes, o que seria muito ruim porque os que nascerem primeiro, muitas das vezes, não permitem que os mais novos se alimentem direito, vindo no final a falecer.

Amadurecimento sexual: 03 a 04 anos.

Idade reprodutiva: Acredita-se que um papagaio possa viver em cativeiro, com os devidos cuidados entre 40 e 80 anos e que consiga reproduzir até os 50 anos ou mais.

Quantidade de ovos: Postura de 03 a 04 ovos normalmente, ocasionalmente podem estar infecundos ou os filhotes morrerem dentro do ovo, podem fazer até quatro posturas por ano. Ovo mede 38,1 x 29,6 mm.

Ninhos: Na natureza fazem seus ninhos nos ocos de árvores altas e muitas vezes mortas, usando o mesmo buraco todos os anos. Já fora observado ninhos a uma altura de 30m do solo. Costumam forrá-los com pequenos pedaços de madeira deteriorada. Em cativeiro, verticais em “L” são os preferidos porque evita que os pais ao descer se joguem em cima dos filhotes. Deverão ser revestidos de chapa na entrada, nos cantos externos e algumas partes internas, para que elas não o destruam. É interessante que a boca do ninho seja protegida por uma folha de zinco. Assim como as quinas do ninho que o bico delas pode alcançar, por cantoneiras de ferro para evitar que elas o destruam. Além disso, deve-se pregar uma tela por dentro da boca até o fundo do ninho, para facilitar sua descida e subida. Havendo a possibilidade, os ninhos feitos de toco de árvore têm uma ainda melhor aceitação.

Tempo de incubação: 26 dias.

Filhotes: Os filhotes são semelhantes aos adultos, mas com a plumagem mais fosca, menos azul e menos amarelo na cabeça, com grandes variações de extensão e a íris escura. A plumagem de adulto será atingida aos 20 meses. Se ficar muito frio não terá força para levantar a cabeça e consequentemente não conseguirá se alimentar e mesmo que a mãe tente aquecê-lo ele morrerá. Logo, é interessante que em lugares de clima frio se use serragem como forro para o ninho enquanto que para lugares de clima quente use-se areia. Saem do ninho após 12 semanas e depois levam um bom tempo ainda sendo alimentados pelos pais. Para que fique manso (pet), é preciso retirá-lo do ninho com 30 dias e tratá-lo na mão. Se destinados à reprodução é interessante que sejam apresentados a outros jovens da mesma espécie, pois se forem isolados por muito tempo do contato com sua própria espécie, podem simplesmente não reconhecê-los como par. O pássaro criado em cativeiro, de preferência manso, reproduz mais rápido do que o selvagem.

Viveiros: Proporcione lugares para que possam se esconder. Não existe um tamanho padrão de viveiro, mas para que voem bem e possam gastar suas energias o mínimo é de 2×1, 5×1 m, porém podem também ser criados em gaiolas. Os poleiros devem ser grossos para desgaste. Importante saber que os viveiros deverão ter tela galvanizada, fios arredondados e bastante resistentes para evitar que elas o destruam ou as suas penas, 40 a 50% de área coberta, para proteger os ninhos e as aves, do frio, do sol e da chuva. Além disso, os viveiros devem estar em locais onde estejam protegidos de ventos frios por paredes, cercas vivas, quebra ventos e de forma a receber o sol da manhã.

Umidade: 45 a 50%.

Tamanho da anilha: 10 mm.

Fezes: Pastosas. Líquidas ou brancas pode significar algum tipo de doença.



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