Cacatua Moluca – Cacatua moluccensis
Cacatua moluccensis
(Gmelin 1788)
Inglês: Salmon-crested Cockatoo
Português: Cacatua Moluca
Distribuição: Ilha de Ceram, Indonésia, foi extinta nas ilhas próximas de Saparua e Haruku, chegou a ser introduzida em Ambon, mas agora desapareceu novamente.
Descrição: Sua plumagem é salmão claro, sua crista é larga com penas também da mesma cor, porém no centro a cor salmão é bem viva. O lado interno das asas também é salmão claro, as penas do rabo têm uma cor laranja amarelado e rosa na base, seu bico é quase negro, círculo ao redor do olho é azul bem claro, tem a íris marrom bem escuro e os pés são cinza escuro.
Comprimento: 52 cm.
Hábitat: Florestas, bosques abertos, clareiras com grupos isolados de árvores, vegetação secundária alta e áreas de pântano a 1,000 m.
Status: Em risco por causa da captura extensa para comércio, sua população está possivelmente limitada a 2.000 pássaros, tem também uma ameaça adicional, a perda de seu hábitat.
Hábitos: Normalmente são vistas isoladamente, em pares ou grupos pequenos, ajuntamentos de até 16 pássaros em árvores de descanso já foram presenciados. É principalmente observada de manhã cedo ou ao entardecer indo para algum lugar ou para árvores de descanso. O casal permanece sempre junto e podem ser vistos ocasionalmente cuidando um do outro. Prefere empoleirar em árvores altas e de lá só é distinguida quando grita, o que acontece principalmente quando excitada, mas também durante o amanhecer e ao entardecer. É muito barulhenta e pode ser ouvida a longa distância, bastante cautelosa não permite aproximação. Seu vôo é feito de batidas rasas, porém fortes de asas intercaladas com planeio, acompanhado por gritos constantes, relativamente lento e normalmente baixo.
Características: O nome cacatua vem do malaio, Kakatua, que significa papagaio grande, pois seu porte pode atingir de 30 a 70 cm de comprimento. A maior parte dessas espécies possui uma charmosa crista de tamanho, cor e forma específica, que é erguida ou abaixada quando a ave está excitada ou alarmada. Muito ativa imitadora da fala humana, capaz de acrobacias e de se afeiçoar às pessoas. Extremamente elegante e vistosa vem conquistando seu espaço como companheira de estimação. Por ser uma ave rara que pode falar, fazer truques como: andar de patins, pegar objetos e etc., seu preço não é nada em conta, podendo variar entre 3 e 35 mil reais dependendo da espécie. São monogâmicas e uma das coisas interessantes sobre essa magnífica ave é que batem com a pata em cima do ninho para dizer que ele lhes pertence. Cacatuas são de natureza agradável, porém bastante ruidosas, inicialmente são tímidas. São mais reservadas em viveiros grandes, mas logo se tornam confiantes. Muitos pássaros destroem partes de madeira regularmente em viveiros e telas de arame com seus bicos extremamente poderosos, então, proveja madeira para que elas possam destruir. Galhos frescos são ignorados frequentemente, mas madeira podre e tábuas serão destruídas completamente. É normalmente pacífica, porém durante o período de criação tende a atacar pássaros de viveiros próximos, bicando os dedos do pé de seus vizinhos, chegando muita das vezes a amputá-los.
Dimorfismo: A fêmea às vezes tem a cor da íris avermelhada, normalmente com a cabeça e o bico menor. Embora haja uma pequena diferença entre machos e fêmeas, nesta espécie o melhor é fazer a sexagem.
Dieta natural: Sementes, frutas, bagas e provavelmente insetos e suas larvas. Ocasionalmente se alimenta em plantações de coco, onde elas bicam os frutos jovens, abrindo-os para chegar à água e ao conteúdo, a polpa tenra.
Alimentação: Algumas espécies se alimentam exclusivamente nas árvores e outras também no chão. São pássaros que possuem bico bem forte e geralmente pesado, permitindo comer todo tipo de castanhas, grãos e mistura de sementes grandes e pequenas como: girassol, milho, aveia, trigo e semente de abóbora. Gostam muito de milho verde, cana de açúcar, cenoura e pepino. Ainda comem também sementes germinadas, várias frutas, verduras e legumes, frequentemente são seletivas, e ao se alimentar passam a fazer muito barulho, tornam-se relutantes em aceitar frutas, legumes e sementes diferentes. Então se faz necessários suplementos minerais regulares e vitaminas. Não devem comer muita aveia no máximo três vezes por semana para não engordarem muito, animais gordos tem baixo índice de fertilidade. E nem muito girassol porque ataca o fígado, o ideal é uma ração que tenha uma mistura balanceada de sementes.
Período de reprodução: É desconhecido o período exato de procriação na natureza, provavelmente a partir de julho. Cria normalmente na primavera, mas pode acontecer qualquer época do ano. Em cativeiro (Brasil), vai de setembro até janeiro.
Reprodução: Só foi alcançada recentemente, mas ainda não é regular, o casal deve estar isolado em um viveiro espaçoso e quieto, isto é absolutamente necessário. O macho ansioso mata frequentemente a fêmea em espaço limitado porque ela não pode escapar a agressão dele, cortar uma das asas do macho pode ajudar a impedir que ele a mate. Sistema de colônia só possível em áreas realmente muito grandes. Os pássaros selvagens são frequentemente extremamente nervosos, então costumam só deixar o ninho para se alimentar, já os filhotes se tornam mansos rapidamente. Importante variar bastante a alimentação para que os filhotes tenham um bom crescimento. Quando é possível, é interessante que a medida em que a fêmea coloque os ovos, vá se retirando e trocando por ovos de plástico e assim que ela termine de botar o último ovo, retire-se os de plástico e coloque os de verdade, para que ela comece a chocá-los ao mesmo tempo, evitando-se assim que os filhotes nasçam em dias diferentes, o que seria muito ruim porque os que nascerem primeiro, muitas das vezes, não permitem que os mais novos se alimentem direito, vindo no final a falecer.
Amadurecimento sexual: De 05 anos em diante.
Idade reprodutiva: Acredita-se que uma cacatua pode viver em cativeiro, com os devidos cuidados entre 40 e 80 anos e que consiga reproduzir até os 50 anos ou mais.
Quantidade de ovos: Postura de 02 ovos normalmente, ocasionalmente acontece de estarem infecundos ou os filhotes morrerem dentro do ovo, podem fazer duas e às vezes três (raramente) posturas por ano. Ovo mede 50.0 x 33.4 mm.
Ninhos: Na natureza fazem seus ninhos em árvores altas, normalmente mortas, já foram vistos ninhos a 25m de altura nos ocos das árvores. Em cativeiro, verticais em “L” são os preferidos porque evita que os pais ao descer se joguem em cima dos filhotes. Deverão ser revestidos de chapa na entrada, nos cantos externos e algumas partes internas, para que elas não o destruam. É interessante que a boca do ninho seja protegida por uma folha de zinco. Assim como as quinas do ninho que o bico delas pode alcançar, por cantoneiras de ferro para evitar que elas o destruam. Além disso, deve-se pregar uma tela por dentro da boca até o fundo do ninho, para facilitar sua descida e subida. Havendo a possibilidade, os ninhos feitos de toco de árvore com 40 cm de diâmetro e 1.5 m altura tem uma ainda melhor aceitação.
Tempo de incubação: 29 dias.
Filhotes: Os filhotes são iguais aos adultos. Após 01 ano as fêmeas podem ser identificadas pelas íris que começam a clarear e só com 04 anos é que a cor se define por completo. Normalmente nascem os 02, mas a mãe às vezes só alimenta 01 dos filhotes. Deve-se então retirar 01 do ninho e tratá-lo no bico. Só saem do ninho de 14 a 15 semanas e depois levam um bom tempo ainda sendo alimentados pelos pais.
Viveiros: Os ideais devem ter no mínimo 8 x 3 x 2 m. Podem até ser criadas em gaiolas de 1m/1,2m/3m, mas há necessidade de entretenimento, do contrário podem desenvolver vários vícios como o de gritar alto, destruir com o bico tudo ao seu redor e até arrancar as próprias penas. A solução é mantê-la ocupada com coisas para brincar e mastigar como: poleiros, brinquedos de madeira ou os importados próprios para ela, ossos de couro de boi para cães e alimentos de difícil acesso (nozes, sementes, castanhas, vagens e etc.). Por causa de tal comportamento e por serem monogâmicas, aconselha-se manter apenas um casal em cada viveiro. Se for mais de um par devem ser mantidos distantes, pois costumam se agredir causando ferimentos e até a morte. Em viveiros grandes se sentem mais seguras e consequentemente a reprodução é melhor. Importante saber que os viveiros deverão ter tela galvanizada e fios arredondados para evitar que destruam as penas e 40 a 50% de área coberta, para proteger os ninhos e as aves, do frio, do sol e da chuva. Além disso, os viveiros devem estar em locais onde estejam protegidas de ventos frios por paredes, cercas vivas, quebra ventos de forma a receber o sol da manhã.
Umidade: 45 a 50%.
Tamanho da anilha: 14 mm.
Fezes: Pastosas. Líquidas ou brancas significa doença.