Periquito Mulga – Psephotus varius

Periquito Mulga – Psephotus varius

Psephotus varius
(Clark 1910)

Inglês: Mulga Parrot
Português: Periquito Mulga

Distribuição: Interior do sul da Austrália, do centro e sul do leste da Austrália até o oeste da Nova Gales do Sul e sul de Queensland.

Descrição: Sua plumagem em geral é verde, sua testa é amarela, tem uma mancha vermelha na parte de cima da cabeça, o abdômen e as coxas variam de amarelo ao vermelho alaranjado, a região coberta pelo rabo é amarelo esverdeado, a parte interna da área mais baixa das asas, a dobre da asa e as penas primárias são azuis violeta, no meio da parte externa das asas é amarelo, à parte mais baixa das costas e a área mais alta da parte cima do rabo são verdes com marcas variadas de vermelho e uma faixa verde amarelada com uma linha azulada acima, as penas centrais da parte de cima do rabo são azuis escuras com nuances verdes, as penas laterais são azuis com as pontas brancas, o lado inferior é azulado e com as pontas brancas, o bico é preto, o círculo ao redor dos olhos é estreito e cinza, sua íris é marrom e seus pés são cinzas.

Comprimento: 27 cm.

Hábitat: Savanas de grama com árvores, bosques abertos, vegetação de mallee, áreas cultivadas, pastagens com árvores e também grupos de árvores ao longo de rios.

Status: Comum, só é raro em algumas localidades onde não vegetação de mallee.

Hábitos: Andam normalmente aos pares ou grupos pequenos, raramente estão em bandos, regularmente são vistos comendo em silêncio no chão a sombra das árvores ou à margem de estradas. Não é tão ativo como o Psephotus haematonotus (Red-rumped), mas se for assustado sai voando para a mais próxima árvore e espera até que o perigo passe e depois então volta, só deixarão a área se a perturbação continuar. Descansam nas árvores ou arbustos durante horas quentes do meio-dia e lá por causa de sua plumagem que é uma excelente camuflagem são difíceis de serem vistos. Durante o vôo, que é rápido, bastante baixo, forte e ligeiramente ondulante, são facilmente distinguidos e seu chamado de contato são três ou quatro assobios delicados.

Características: Este periquito australiano de elegantes proporções e belas cores faz parte da espécie dos Psephotus. São aves pacatas, com som melódico, que são facilmente amedrontadas, mas são fortes e robustas, porém em áreas úmidas costumam ser sensível a resfriados. Frequentam bastante o chão dos viveiros e adoram banho de areia. Uma das características marcantes deste pássaro é que quando estão chocando ou com filhotes no ninho e há algum tipo de perigo, o macho sai voando a uma curta distância ruidosamente para atrair o intruso, tentando assim tirar a atenção de seu ninho. Podem ser mantidas com outros pássaros fora do período reprodutivo.

Dimorfismo: As fêmeas são verdes azeitona acinzentadas, à parte de cima da cabeça, as costas e as asas são verdes azeitona, a testa é laranja amarelado fosco, na parte de cima da cabeça possui uma mancha vermelha, o peito é verde acastanhado, o abdômen e a região coberta pelo rabo são verdes azuladas, no meio da parte externa das asas possuem uma mancha vermelha, o lado interno das asas tem uma faixa clara e o bico é cinza acastanhado.

Dieta natural: Seu alimento principal são as sementes de grama que são comidos no chão, mas também comem sementes de várias árvores e arbustos, além de alguns vegetais, ocasionalmente também insetos e suas larvas. Regularmente comem minúsculas pedras e areia para ajudar na digestão.

Alimentação: Basicamente sementes (alpiste, aveia, trigo, pouco girassol, milho alvo de diversos tipos e etc.), mas também comem verduras (espinafre), legumes (especialmente cenoura) e frutas (especialmente maçã).

Período de reprodução: De agosto a janeiro, sendo setembro o mês principal.

Reprodução: É regularmente alcançado, não é difícil. Em exibição de namoro os machos voam ao redor da fêmea, vão para o poleiro antes dela e ficam com asas ligeiramente abertas, as penas do peito ficam arrepiadas e as penas da cabeça se elevam formando uma pequena crista, movem então a cabeça de cima para baixo e de baixo para cima, o rabo fica esparramado, mantém uma conversação contínua e depois trocam alimento mutuamente. Só a fêmea choca, sai do ninho várias vezes para ser alimentada pelo macho, que está normalmente em algum galho próximo e então volta para o ninho. Deve ser mantido apenas um casal por viveiro, pois embora possam viver bem com outras aves fora do período reprodutivo, costumam ser agressivas com as de sua espécie, principalmente quando estão aninhando ou com filhotes. Alguns casais totalmente inexperientes poderão matar o seu primeiro filhote logo após a eclosão, ou não saberem alimentá-lo. Dê-lhes uma segunda chance, pois precisam de uma oportunidade para aprender. Só a fêmea choca, deixa o ninho apenas para se alimentar ou ser alimentada pelo macho em breves períodos na manhã e ao entardecer. Importante variar bastante a alimentação para que os filhotes tenham um bom crescimento.

Amadurecimento sexual: As fêmeas muitas das vezes amadurecem no 01 ano e os machos normalmente no 02 ano.

Idade reprodutiva: Acredita-se que possa viver em cativeiro, com os devidos cuidados entre 20 e 30 anos e que consiga reproduzir até os 15 anos ou mais.

Quantidade de ovos: Postura de 04 a 07 ovos, normalmente 05, ocasionalmente podem estar infecundos ou os filhotes morrerem dentro do ovo, podem fazer até duas posturas por ano. Ovo mede 24.2 x 18.8 mm.

Ninhos: Na natureza ambos os sexos trabalham na construção do ninho, são feitos normalmente em buracos de árvores de eucalipto ou tocos de árvores mortas, a baixa altura, mas também são achados em locais de ninhos velhos de outros pássaros ou em bancos de areia e são forrados com pequenos pedaços de madeira. Em cativeiro aceitam muitos tipos de ninhos e em várias posições, troncos de árvores ocas e caixas de madeira são os mais utilizados. De um modo geral usa-se ninhos verticais. Se o fundo do ninho ficar muito úmido é quase certo os pais começarem a arrancar penas dos filhotes, devendo-se, portanto mantê-lo bem seco. Pode-se forrá-lo com serragem ou areia, sendo a areia mais fácil de se trabalhar. O abandono do ninho pelos pais é menos comum quando já existem crias, mas se a fêmea não está acostumada à inspeção do ninho, pode entrar em pânico e bicar os filhotes.

Tempo de incubação: 19 dias.

Temperatura de incubação: 37,5º C.

Umidade: 45 a 50%.

Filhotes: Os filhotes de ambos os sexos são semelhantes aos adultos, mas com a plumagem mais fosca. Machos jovens têm muito menos vermelho no abdômen. A plumagem de adulto é atingida aos 06 meses. Se ficar muito frio não terá força para levantar a cabeça e consequentemente não conseguirá se alimentar e mesmo que a mãe tente aquecê-lo ele morrerá. Saem do ninho após 04 semanas e depois levam um bom tempo ainda sendo alimentados pelos pais. Se destinados à reprodução é interessante que sejam apresentados a outros jovens da mesma espécie, pois se forem isolados por muito tempo do contato com sua própria espécie, podem simplesmente não reconhecê-los como par. O pássaro criado em cativeiro, de preferência manso, reproduz mais rápido do que o selvagem.

Viveiros: Não existe um tamanho padrão de viveiro, mas para que voem bem e possam gastar suas energias o mínimo é de 1 x 1,2 x 2 m, porém podem também ser criados em gaiolas. Os poleiros devem ser grossos para desgaste, pois os loris têm uma tendência pronunciada de crescimento das unhas. Importante saber que os viveiros deverão ter tela galvanizada e fios arredondados para evitar que destruam as penas e 40 a 50% de área coberta, para proteger os ninhos e as aves, do frio, do sol e da chuva. Além disso, os viveiros devem estar em locais onde estejam protegidos de ventos frios por paredes, cercas vivas, quebra ventos e de forma a receber o sol da manhã.

Tamanho da anilha: 05 mm.

Fezes: Pastosas. Líquidas ou brancas pode significar algum tipo de doença.



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