Arara da Patagônia – Cyanoliseus p. patagonus

Arara da Patagônia – Cyanoliseus p. patagonus

Cyanoliseus p. patagonus
(Vieillot 1818)

Inglês: Patagonian Conure
Português: Arara da Patagônia

Distribuição: Costumam criar em Córdoba, ao norte de Chubut até o sul de Neugun e ao sul de Buenos Aires, na Argentina. A população do sul se muda no inverno para o norte de Mendoza, no Uruguai.

Descrição: Sua plumagem em geral é castanho esverdeada, a cabeça e a garganta são ligeiramente mais tingidas de verde. O branco que marca os lados da parte superior do peito, muitas das vezes está ausente em alguns pássaros. O centro do abdômen e as coxas são vermelhos. A parte mais baixa das costas, a região mais alta coberta pelo rabo e os lados do abdômen são amarelos. As partes externas das asas são esverdeadas, as penas primárias são azuladas, a parte superior das coxas tem nuances esverdeados, a parte de cima do rabo é verde com nuances de azul, o lado inferior do rabo é cinza, o bico é preto, o círculo ao redor dos olhos é largo e branco, sua íris é amarelada e seus pés da cor de carne.

Comprimento: 45 cm e de asa 232 a 252 mm.

Sub-espécies



Cyanoliseus p. andinus

Cyanoliseus p. andinus
(Dabbene e Lillo 1913)

Inglês: Andean Patagonian Conure
Português: Arara da Patagônia

Distribuição: Montanhas ao nordeste da Argentina, nas províncias de Salta, Catamarca, Tucum, San Luis e La Rioja.

Descrição: Semelhante a patagonus, mas a plumagem geral é em média ligeiramente mais escura, a garganta é marrom escuro, a parte superior do peito na maioria dos pássaros não tem a cor branca característica, os lados do abdômen, a região coberta pelo rabo são verdes, mas em alguns pássaros são tingidos com amarelo, a mancha vermelha do abdômen é sobreposta por um verde escuro e a parte mais baixa das costas é verde amarelado.

Comprimento: 48 cm e de asa 238 a 242 mm.



Cyanoliseus p. byroni

Cyanoliseus p. byroni
(J. E. Gray 1831)

Inglês: Greater Patagonian Conure
Português: Arara da Patagônia

Distribuição: Área litoral entre o Atacama e Colchagua, no Chile central. Antigamente ia do Aconagua até Valdivia.

Descrição: Semelhante a patagonus, mas muito maior. As manchas brancas da parte superior do peito estão sempre presentes e em 50% dos pássaros formam uma faixa branca, os lados do abdômen são amarelos, a região coberta pelo rabo e a parte superior das coxas não tem a cor esverdeada. A mancha do abdômen é alaranjada e não vermelha.

Comprimento: 48 cm e de asa 249 a 270 mm.

Hábitat: Todas as áreas abertas, mas preferem regiões secas com árvores de espinho e cactos, próximos a cursos d’água a 2.000 m, sendo vistos regularmente em terras cultivadas.

Status: As patagonus são comuns, mas o declínio de sua população é marcado em algumas localidades por causa da captura para comércio e da perseguição como peste. A andinus é comum em algumas localidades. A byroni está em perigo de extinção, cujas causas principais são a captura para o comércio e o roubo de filhotes nos ninhos pela população local. Sua população está calculada em 4.000 pássaros que formam 12 colônias de procriação.

Hábitos: Andam em grupos de 08 a 40 pássaros fora da época reprodutiva, mas já foram observados bandos de mais de 1.000 pássaros. Os casais são facilmente distinguidos dentro do bando, pois estão sempre juntos. Podem ser distinguidos por causa do seu grito extremamente alto. Ativo, escalador ágil em galhos de arbustos, não são tímidos e aceitam aproximação, mas se o bando for assustado, todos saem voando e guinchando ruidosamente. São mais cautelosos quando estão se alimentando no chão. Normalmente um pássaro fica de guarda e adverte o resto do bando se necessário. Sua plumagem provê uma camuflagem excelente no chão. Visitam os cursos d’água de manhã cedo para beber e então vão procurar comida. Descansam durante as horas quentes do meio-dia. Voltam a se alimentar durante à tarde e então voam para os locais de descanso, que ficam a uma altura considerável. Empoleiram a noite em árvores altas ou em buracos em precipícios de arenito, ocasionalmente também em linhas telefônicas, próximas a cidades. Já foram observados voando a noite. Fazem migrações sazonais. No norte voam em tempo frio para clima mais morno. Seu vôo é regular, direto e acompanhado por gritos altos. Voam a baixo nível quando as distâncias são curtas (entre 02 m e 10 m) do chão.

Características: Embora seja comum e sua cor predominante seja castanho esverdeado, seu peito amarelo machado de vermelho forma um contraste que a torna uma ave bela. Pertencente a família psittacidae e existem 03 subespécies. Embora vivam em bandos, são monogâmicas. Muito vivas, resistentes, cautelosas, muitas das vezes barulhentas, particularmente no começo da manhã e no fim da tarde. Gostam de tomar banho. Levam mais tempo que outros psitacídeos para se acostumam com novos tratadores. Podem ser destruidoras, mas frequentemente não destroem nada, mesmo assim proveja regularmente galhos podres para que possam destruí-los. Gostam de ficar no chão. Podem ser mantidas com outros papagaios até mesmo na época reprodutiva, desde que em viveiros grandes. São extremamente sociáveis e por incrível que pareça, quando criadas em cativeiro, se sentirem falta do dono ou de companhia, irão sofrer de stress, devendo-se sempre que possível colocar galhos, folhas ou brinquedos para que se distraiam, evitando-se assim o seu desejo em arrancar penas, proveniente do stress. Uma vez destruído o folículo da pena ela jamais nascerá novamente.

Dimorfismo (diferença sexual): Machos e fêmeas são idênticos, mas em média, as fêmeas são menores. O ideal para se ter certeza é o exame de DNA.

Dieta natural: Sementes de abóbora selvagem, bagas, nozes, frutas e vegetais. Os bandos regularmente se alimentam em campos cultivados de grãos e milho.

Alimentação: Nozes, amendoins, frutas e legumes (pêra, manga, laranja, maçã, ameixas, banana, pepino, milho meio-amadurecido, cenoura, etc), mistura de sementes pequenas e grandes, trigo, aveias, sementes brotadas. Comida de pombo encharcada. Precisa de uma fonte de vitamina regular e suplementos de minerais (especialmente D e B), proteína animal (camarão seco, ovo, carne de galinha e ossos).

Reprodução: É frequentemente alcançada em cativeiro. Podem ser criados em colônia e existem vários relatos de sucesso na reprodução, mas é aconselhável que se coloque apenas um casal por viveiro, pois o controle e os resultados são melhores, além de serem mais prósperos. Neste período costumam ficar agressivas com os tratadores. Só a fêmea choca. São monogâmicas. Ocasionalmente são sensíveis a perturbação e inspeção do ninho e preferem que os mesmos estejam em lugares escuros.

Amadurecimento sexual: 03 anos.

Idade reprodutiva: Acredita-se que possa viver em cativeiro, com os devidos cuidados entre 30 e 40 anos e que consiga reproduzir até os 25 anos ou mais.

Quantidade de ovos: Postura de 02 a 05, mas o normal é de 03 a 04 ovos, que poderão estar infecundos ou os filhotes morrerem dentro do ovo, podem fazer até duas posturas por ano. Ovo mede 36.4 x 29.4 mm.

Ninhos: Na natureza fazem seus ninhos em buracos ou fendas bem altos nas paredes dos precipícios de pedra calcária e de preferência com uma boa visão de um lago que esteja na sua base. Escavam de 8 cm a 18 cm de largura e até 3 m de profundidade. É bastante comum ter com substrato de ninho pedaços de madeira podre. Em cativeiro o ideal é tentar se assemelhar aos locais escolhidos por elas para a reprodução. Troncos de árvores ocas, caixas de madeira são os mais utilizados em cativeiro. De um modo geral usa-se ninhos verticais. Se o fundo do ninho ficar muito úmido é quase certo os pais começarem a arrancar penas dos filhotes, devendo-se, portanto mantê-lo bem seco. Pode-se forrá-lo com serragem ou areia, sendo a areia mais fácil de se trabalhar.

Tempo de incubação: 23 a 24 dias.

Temperatura de incubação: 37, 5º C.

Umidade: 45 a 50%.

Filhote

Filhotes: Os filhotes são semelhantes aos adultos, mas com a plumagem mais fosca, à parte de cima do bico mais clara e sua íris marrom. A plumagem de adulto será atingida aos 12 meses. Se ficar muito frio não terá força para levantar a cabeça e consequentemente não conseguirá se alimentar e mesmo que a mãe tente aquecê-lo ele morrerá. Logo, é interessante que em lugares de clima frio se use serragem como forro para o ninho enquanto que para lugares de clima quente use-se areia. Saem do ninho após 08 semanas e depois levam um bom tempo ainda sendo alimentados pelos pais. Para que fique manso (pet), é preciso retirá-lo do ninho com 30 dias e tratá-lo na mão. Se destinados à reprodução é interessante que sejam apresentados a outros jovens da mesma espécie, pois se forem isolados por muito tempo do contato com sua própria espécie, podem simplesmente não reconhecê-los como par. O pássaro criado em cativeiro, de preferência manso, reproduz mais rápido do que o selvagem.

Viveiros: Proporcione lugares para que possam se esconder. Não existe um tamanho padrão de viveiro, mas para que voem bem e possam gastar suas energias o mínimo é de 2 x 1,5 x 1 m, porém podem também ser criados em gaiolas. Os poleiros devem ser grossos para desgaste. Importante saber que os viveiros deverão ter tela galvanizada, fios arredondados e bastante resistentes para evitar que elas o destruam ou as suas penas, 40 a 50% de área coberta, para proteger os ninhos e as aves, do frio, do sol e da chuva. Além disso, os viveiros devem estar em locais onde estejam protegidos de ventos frios por paredes, cercas vivas, quebra ventos e de forma a receber o sol da manhã.

Tamanho da anilha: 08 mm.

Fezes: Pastosas. Líquidas ou brancas pode significar algum tipo de doença.



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